terça-feira, 16 de junho de 2009

CANTE ALENTEJANO II


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CANTE ALENTEJANO II
                                 
O nosso cante Alentejano
Ao seu son não se resiste
Sempre teve bom plano
Tão sincero e tão humano
Outro igual não existe
                 (Manuel Martins Nobre)

                                         Cante Alentejano II

As origens do Cante continuam a dividir as opiniões, sendo talvez esta a questão mais polémica relacionada com o Cante.

Querem uns que as suas raízes estejam na fusão das polifonias arcaica e clássica dos secs. XII e XV com influências do chamado "Fabordão" - sistema popular de improvisação. Para outros a influência dominante seria a árabe, sendo o Alentejo a região do país que mais preservou as influência desta cultura.
De influência árabes ou gregorianas, certo é ser o Cante, nas palavras do Padre António Mourão "a perfeita imagem do povo Alentejano, no seu quotidiano, durante séculos, e que se mantém viva, em toda a sua beleza sentimental e nostálgica, que embalou a sua gente, a fez trabalhar, cantar, chora, sofrer, rezar e morrer, numa epopeia bem digna da pena de um povo, ainda que rústico, épico...

Os cantares Alentejanos


O Distrito de Beja manteve sempre as suas tradições populares. Entre elas , os cantes, danças, folguedos e festas religiosas(em especial dedicadas a Nossa Senhora) ou profanas, como o Entrudo, o Maio, os Mastros.

De todas estas tradições populares sempre existiu uma de singular relevo que atingiu todo o Baixo Alentejo e acabou por se identificar com ele, e ser, por assim dizer, o seu retrato, a sua fisionomia mais perfeita e mais completa: o canto popular, o folclore.
Canto singelo, melódico e ao mesmo tempo polifónico, majestoso e dolente, tem uma feição nitidamente reverencial e sagrada.
Nos casamentos ouvia-se a moda Marianita És Baixinha, com os seus descantes para o deitar dos noivos: lindo coral de quintas a descer, como que reflecte a saudade na despedida de solteiros. Se a madrugada batia à porta da choupana do pastor para lhe dar os bons dias, entoava-se a moda Ao Romper da Bela Aurora, a relembrar a namorada naquele “ muito padece quem ama”. Às altas faias sombrias se pedia que transmitissem, em ecos tristes e dolorosos, o amor dos namorados na moda que tem o seu nome. Se a menina, ao subir o camarote, deixava ver a saia bordada, lá estava a moda Foste, Foste Eu Bem Sei Que Foste. Nas mondas do trigo, quando estas eram feitas manualmente e pelo sacho, a moda do Manja(e) rico Folha Recortada esconjurava o frio, amenizando o espirito e dando ritmo ao trabalho. Até o cemitério é cantado, na ingratidão de gastar as caras lindas ali enterradas, no moda Adeus Cemitério Novo. Enfim, toda a vida do Alentejano passava e passa ainda através dos seus cantares.
Este precioso manancial de música popular folclórica está inserido numa deliciosa poesia do mesmo tipo que traduz fielmente toda a gama de ideias, sentimentos e volições do povo Alentejano, representativos de uma cultura e tradições que nos dão a panorâmica da vida deste povo..

QUE SÃO AFINAL ?

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                                      1º CD
QUE SEJA O PRINCÍPIO DE UMA GRANDE CAMINHADA.
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                       TRADIÇÃO
Deixe-se ficar por uns dias no Alentejo e descubra os Grupos Corais tipicamente Alentejano Alentejanos, que cantam a melancolia, o amor, o trabalho no campo.
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