HISTÓRIA DA CEIFEIRA CATARINA EUFÉMIA
Nasceu a 13/02/1928 e morreu a 19/05/57.Era uma analfabeta de 26 anos, mãe de 3 filhos, um dos quais, de 3 meses estava a seu colo no momento em que foi baleada.
A tragédia histórica de Catarina acaba por personificar a resistência ao regime de Salazar.
O Alentejo à época, era uma região de latifúndios e de emprego sazonal, onde as condições de vida dos assalariados era difícil.
No dia 19 de Maio de 1954 em plena época de ceifas, Catarina mais 13 outras ceifeiras foram reclamar com o feitos da propriedade, para pedir um aumento de 2 escudos pela jorna.
Catarina foi escolhida pelas suas colegas para apresentar as reivindicações.
A uma pergunta do tenente da Guarda, Catarina terá respondido que só queriam "trabalho e pão"
Como resposta teve uma bofetada que a enviou ao chão. Ao levantar-se terá dito: " Já agora mate-me" .O tenente da Guarda disparou 3 balas.
As autoridades resolveram realizar o funeral às escondidas, mas quando se preparavam para iniciar o funeral, o povo correu para o caixão com gritos de protesto. As forças policiais reprimem com grande violência a população.
O caixão que era para ser levado para Baleizão, foi para Quintos, terra do marido António Joaquim do Carmo, que era cantoneiro.
Em 1974 os seus restos mortais foram transladados para Baleizão.
O tenente Carrajola foi transferido para Aljustrel sem nunca ser julgado em tribunal. Faleceu em 1964.
(elementos extraídos da impressa da época.
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Filha de camponeses sem terra, Catarina Eufémia nasceu, no 13 de Fevereiro de 1928, no Baleizão. Os pais trabalhavam num latifundio e Catarina trabalhava em casa. Nem sequer teve tempo para ir à escola.
Começou a trabalhar nos latifúndios, durante a adolescência. Aos 17 anos casou-se com António Joaquim (operário da CUF) e foi viver para o Barreiro.
Mais tarde, António Joaquim foi dispensado da CUF e o casal regressou a Baleizão.
Antonio Joaquim Conseguiu emprego de cantoneiro, em Quintos.Mas o seu salário não chegava para sustentar a familia e Catarina voltou a trabalhar nos latifúndios.
No dia 19 de Maio de 1954, Catarina Eufémia liderou um grupo de 14 ceifeiras que exigiam o aumento de mais de 2 escudos por jorna diária.
Na herdade do Olival, o grupo foi cercado por soldados da GNR e o tenente Carrajola matou Catarina.
Durante o funeral, a GNR dispersou à bastonada a multidão que protestava contra a sua morte.
Texto extraido da NET
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CANTAR ALENTEJANO
Vicente Campinas
Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer
Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou
Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou
Aquela pomba tão branca
Todos a querem pra si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti
Aquela andorinha negra
Bate as asas p`ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar
Este poema foi musicado pore José Afonso, no album «Cantigas de Maio» editado no Natal de 1971
A tragédia histórica de Catarina acaba por personificar a resistência ao regime de Salazar.
O Alentejo à época, era uma região de latifúndios e de emprego sazonal, onde as condições de vida dos assalariados era difícil.
No dia 19 de Maio de 1954 em plena época de ceifas, Catarina mais 13 outras ceifeiras foram reclamar com o feitos da propriedade, para pedir um aumento de 2 escudos pela jorna.
Catarina foi escolhida pelas suas colegas para apresentar as reivindicações.
A uma pergunta do tenente da Guarda, Catarina terá respondido que só queriam "trabalho e pão"
Como resposta teve uma bofetada que a enviou ao chão. Ao levantar-se terá dito: " Já agora mate-me" .O tenente da Guarda disparou 3 balas.
As autoridades resolveram realizar o funeral às escondidas, mas quando se preparavam para iniciar o funeral, o povo correu para o caixão com gritos de protesto. As forças policiais reprimem com grande violência a população.
O caixão que era para ser levado para Baleizão, foi para Quintos, terra do marido António Joaquim do Carmo, que era cantoneiro.
Em 1974 os seus restos mortais foram transladados para Baleizão.
O tenente Carrajola foi transferido para Aljustrel sem nunca ser julgado em tribunal. Faleceu em 1964.
(elementos extraídos da impressa da época.
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Filha de camponeses sem terra, Catarina Eufémia nasceu, no 13 de Fevereiro de 1928, no Baleizão. Os pais trabalhavam num latifundio e Catarina trabalhava em casa. Nem sequer teve tempo para ir à escola.
Começou a trabalhar nos latifúndios, durante a adolescência. Aos 17 anos casou-se com António Joaquim (operário da CUF) e foi viver para o Barreiro.
Mais tarde, António Joaquim foi dispensado da CUF e o casal regressou a Baleizão.
Antonio Joaquim Conseguiu emprego de cantoneiro, em Quintos.Mas o seu salário não chegava para sustentar a familia e Catarina voltou a trabalhar nos latifúndios.
No dia 19 de Maio de 1954, Catarina Eufémia liderou um grupo de 14 ceifeiras que exigiam o aumento de mais de 2 escudos por jorna diária.
Na herdade do Olival, o grupo foi cercado por soldados da GNR e o tenente Carrajola matou Catarina.
Durante o funeral, a GNR dispersou à bastonada a multidão que protestava contra a sua morte.
Texto extraido da NET
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CANTAR ALENTEJANO
Vicente Campinas
Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer
Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou
Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou
Aquela pomba tão branca
Todos a querem pra si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti
Aquela andorinha negra
Bate as asas p`ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar
Este poema foi musicado pore José Afonso, no album «Cantigas de Maio» editado no Natal de 1971
1 comentário:
Gostava de ver uma foto do Tenente Carrajola. Corri a net e nem uma. Será que procurei mal?
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