Nas terras alentejanas a cozinha reveste-se de especial importância,acumulando múltiplas funções-além da sua própria, a de refeitório, sala de trabalho e de acolhimento, pois grandes partes das casas abrem para ela a sua porta principal, tornando a cozinha sala de fora.
A lareira , quase sempre não elevada, fica sob a chaminé por onde os fumos se escoam totalmente,permitindo a irrepreensível limpeza da dependência que constantes caiações mantêm resplandecente.Exteriormente as grandes chaminés, na maior parte impostas na frontaria das casas,apresentam-se muitas vezes com molduras de argamassa ou gesso, desenhos esgrafitados, remates sem limite de imaginação.
Nas chaminés de saída cilíndrica a ornamentação confina-se às frechas de saídas de fumos, ou em anéis a elas emitados.
Amplamente se constroem largas chaminés de ressalto, partindo do solo ou de níveis mais elevados apoiados em mísulas, arcos tec.
É frequente também as ruas caracterizadas por competições entre chaminés todas diferentes.
As formas destas chaminés branqueadas a cal e o rendilhado das frestas são por vezes único motivo ornamental exterior da habitação.
No entanto a tiragem destas chaminés abertas a todos os ventos nem sempre funciona bem, e por isso alguns cegam parte das aberturas.
Outro artigo.
Na grande chaminé que vai de parede a parede, em cuja padieira os cobres brunidos e os "arames" estadeiam o seu festivo reflexo palpitante, arde um grande tronco de azinheira.
Àquele lume se achegam os amos e os feitores e os criados, todos no empenho de sacudir dos membros enregelados à friagem que o campo tenazmente lhes insinuou.Sobre a borralheira,entre as brasas de azinho,fazem-se os "magostos" de bolota para os rapazes.
Na grande chaminé que vai de parede a parede, em cuja padieira os cobres brunidos e os "arames" estadeiam o seu festivo reflexo palpitante, arde um grande tronco de azinheira.
Àquele lume se achegam os amos e os feitores e os criados, todos no empenho de sacudir dos membros enregelados à friagem que o campo tenazmente lhes insinuou.Sobre a borralheira,entre as brasas de azinho,fazem-se os "magostos" de bolota para os rapazes.
A chaminé é o coração do monte. O lume largo e patriarcal que arde sob o chão, sem grelhas nem cachorros, fica de uns dias para os outros. Basta soprar o borralho em cada manhã, chegar-lhe uma mão cheia de gravetos , e ei-lo que se renova e esplende, redivivo.
A quem escreve estas linhas, mostraram um dia, num monte perto de Marmelar, uma chaminé onde o lume durava há 18 anos, sem nunca se ter apagado.
Sobre a arcada enegrecida das grandes fumaças do Inverno, umas varas de castanho vão de ponta a ponta, em encastradas nas taipas das paredes. Nela se penduram as carnes ensacadas, depois das grandes matanças que vão do Natal em diante, até ao Entrudo. Ali se "curam" os paios e os chouriços e as linguiças que são o conduto das longas digressões de trabalho.
(Texto copiado de um livro muito antigo sobre o Alentejo).______________________________________________________ Mais um artigo sobre as chaminés Alentejanas que encontrei na Internete:-
As chaminés Alentejanas supostamente de origem arabe, podem ser cilindricas, quadradas ou rectangulares.
No alto da chaminés costuman estar cataventos que por vezes são verdadeiras obras de arte.As suas dimensões variam e podem chegar até aos 3 metros de altura. com um metro de diametro.
Diz-se que o seu tamanho representava o estatuto social de quem as mandava construir, podendo existir várias chaminés num mesmo telhado.
A chaminé era um local chave na casa pois era opr debaixo da sua aboboda que a família se costumava reunir.
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