CEIFEIRAS E TRAJOS ALENTEJANOS
Calçavam umas meias sem pés que se chamavam "plainas". Nos braços usavam uns "mangos", na saia faziam um "regaço" e punham um lenço na cabeça e um chapéu de palha.Levavam a cesta à cabeça e a foice no braço.
Para ceifar punham umas dedeiras de cana nos dedos para não se cortarem.
As ceifeiras alentejanas ceifavam todo o dia "do nascer ao pôr do sol"
TRAJOS ALENTEJANOS
Desaparecido quase completamente do uso corrente o antigo «chapéu braguês» o homem e a mulher no Alentejo deram em copiar o uso raiano de uns chapéus de aba direita e copa tronco-cónica,que são uma introdução de além fronteiras. A jaqueta ou "véstia"que ainda há 40 anos era de uso comum, há muito que começou a substituir-se por outra indomentária com ressaibos citadinos e pretendidos ares civilizados. Nas povoações rurais mais distantes da capital da província,ainda o seu uso conserva como que uma tradicional ligação às antigas costumeiras. Tem as algibeiras enviesadas, e botões no canhão da manga. É curta, pela cintura, deixando a descoberto a cinta de seda para conchego da calça. As camisas ou são brancas ou de riscadinho.Nem gravata nem passadores para apertar o colarinho afogado. Calça justa, de cotim ou tecido caseiro. A antiga calça de "boca de sino" começa desaparecendo dos usos provincianos. No inverno, os trajes da gente do campo conservam um carácter pastoril que lhe vem da sua intima ligação com a terra(Os pelicos e os ceifões de que já fiz referencia) A mondadeira e a ceifeira alentejanas ainda preferem as botas de canos,de bezerro, atacadas pela perna acima. Se as não têm, calçam sapatos cardados, de cabedal cru, próprios para marchar sobre os regos ainda húmidos, ou sobre os torrões escaldados, no tempo da ceifa.As saias prendem-se à perna formando uma espécie de calções que deixam os movimentos livres e adequados ao trabalho que se executa.Os lenços de ramagem resguardam a cabeça e as faces e às vezes a boca, num rebuço de caracteristico aspecto. Sobre a cabeça usa-se o chapéu de copa alta e abas direitas.Na fita do chapéu, com feminina garridice, prende-se um molho de espigas maduras ou de flores silvestres.
A gente de mais idade ainda usa um xaile.As raparigas já começam desdenhando deste lindíssimo atavio feminino, tão conforme com o clima e tão naturalmente realçador das graças da mulher. Aberto, caindo quase dos ombros, e apanhado com uma das mãos na cintura, descobrindo o busto(Moura):dobrado sobre o braço, de cadilhos pendentes;erguido até à boca e bem cingido no inverno;posto pela cabeça e fazendo o rebuço da cara, deixando apenas ver os olhos, em sinal de luto ou de desgosto- o xaile alentejano ainda é hoje um dos mais típicos elementos do vestuário feminino,e uma das mais graciosas peças da sua indumentaria. A mulher do campo, fora das fainas tradicionais copia já com servilismo, os hábitos introduzidos em cada terra. (apontamentos tirados de um livro, muito antigo sobre "coisas"alentejanas
Capote
Tal como na arquitectura, o alentejano conserva no seu trajar, como nenhum outro povo português, personalidade e tradições cheias de sabedoria. Referem-aqui unicamente três das mais tipicas peças da indumentária rural masculina do Alentejo, funcionais elementos da beleza que o homem acrescenta à paisagem grandiosa. Os àsperos dias de inverno fazem sair à rua o protector capote. De talha quase direita, o capote Alentejano é uma peça de abrigo notavelmente funcional e prática :-os braços mantêm plena liberdade de movimentos, o corpo nunca se sente apertado, o frio não entra... Vasto e de certo peso, vai quase roçar o chão cobrindo assim todo o corpo. Leva subrepostas até à cinta uma ou duas romeiras e as ombreiras - talvez herança seiscentista ou ainda anterior-acrescentam o resguardo.. A Gola em pela de raposa ou outra igualmente fina, usa-se com frequência levantada, magnifico aconchego da nuca e do pescoço,.Tradicionalmente fabricado de burel branco e também em negro para ocasiões solenes e cerimoniosas, a sua funcionalidade como a linha elegante têm-lhe grangeado larga expansão pelo pais e além fronteiras.,exportado especialmente para Espanha.. Ao capote de trabalho chamam aguadeiro. Igualmente para defesa dos frios, os pastoris pelico e safões. São confeccionados em pele de borrego, confortáveis e de fácil obtenção.
O Pelico
É uma especie de casaca de abas largas e compridas, sem mangas, com ombros salientes protegendo os deltoides.
Os safões
Aoque parece palavra derivada do antigo hebraico çahon, indicação talvez da sua muita idade -são calças a sobrepor às de pano que se usam ajustadas. Nos meses de calor substituem-se os safões de pele por outros de lona branca. Pelico e safões costumam ser debruados da saragoça, pregados de bgotões metálicos e apertados com tiras de cabedal.
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