AS DEBULHAS
Após a ceifa, tinha lugar o «acarreto», transporte dos molhos e paveiras, em carroças,carretas e carros de parelha até à eira - local com piso duro, de terra batida ou cimentada, situado em sitio alto,para ser arejado pelo vento e, onde o «género» era debulhado.
À volta da eira construiam-se enormes «almearas», «almenaras», «rilheiros» ou «rolheiros», aí se aglomerando o cereal a ser debulhado.Antigamente era a debulha feita no «calcadouro», dispondo-se as espigas circularmente no chão e sendo pisadas pelo animais, em centenas de passagens sobre elas.
Depois o cereal era limpo com a pá, com a ajuda imprescindível do vento.
Mais tarde passou a debulha a ser feita pelas máquinas fixas, movidas de eira em eira por potentes e arcaicas «locomóveis» e «caminheiras».
Ao passarem por aldeias, vilas e povo0ados eram as máquinas alvo da curiosidade de todos os habitantes.
Voltando às debulhas, mal a máquina chegava à eira, logo se iniciavam os preparativos para que desempenlhasse o melhor possivel a missão que ali a trouxera. Depois de colocada no local onde devia fazer a campanha, nela subia o maquinista, olhando para baixo, para os ganhões que não tiravam os olhos dele.
Depois, aproximava-se do locomóvel, olhava o nivel da água e o manómetro, abria a torneira do apito.
Um alimentador subia a escada e postava-se junto do «batedor», ao mesmo tempo que puchava os oculos para os olhos e enfiavanos dedos os protetores de lata; o manageiro do «rilheiro» subia ao cume da serra e atirava longe a bandeira do seguro; o da foice ficava frente do alimentador e os restantes ganhões distribuiam-se segundo as necessidades.
Então, o maquinista fazer calar o apito, abria a torneira de purga, puxava a alavanca e punha a maquina em movimento.
E pronto, era um «ar» quanto a «bicha» devorava os molhos, separando nas suas entranhas o «pão » e a «paloha».Tudo isto, como é evidente, faz parte de um passado já remoto.
Do llivro-MOTIVOS ALENTEJANOS de João Ribeirinho Leal Fotos Internete
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